Ainda em isolamento social, Brasil ultrapassou a marca de 50 mil curados do coronavírus
A doença de coronavírus (COVID-19) é causada por uma nova cepa de Coronavírus (SARS-CoV-2) descoberta em 2019 e não identificada anteriormente em seres humanos. Os sintomas comuns incluem febre, tosse e falta de ar.
Em 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o atual surto de COVID-19 como uma pandemia. Atualmente, existem mais de 3.300.000 casos confirmados globalmente (dados de 1º de maio de 2020), com os números aumentando rapidamente a cada dia.
O avanço do novo coronavírus fez o Brasil atingir no dia 6 de maio, o maior número de mortes registradas pela doença em 24 horas. Segundo dados do Ministério da Saúde, em apenas um dia foram 615 vítimas da covid-19. Em volume de mortes, o país só perdeu para os Estados Unidos, que tiveram 1.843 vítimas, e o Reino Unido, com 649 óbitos em decorrência da infecção. De outros países com a situação mais crítica da covid-19, como Itália e Espanha, o Brasil vem superando pelo menos desde o dia 29 de abril o volume diário de mortes registradas.
Segundo a OMS, as mulheres grávidas não parecem estar em maior risco de doença grave. Além disso, a OMS relata que atualmente não há diferença conhecida entre as manifestações clínicas do COVID-19 em mulheres grávidas e não grávidas em idade reprodutiva. No entanto, os dados disponíveis sobre os efeitos exatos do COVID-19 na fertilidade e gravidez são escassos. Então, as grávidas foram incluídas no grupo de risco e os tratamentos de fertilidade foram suspensos.
Em nota técnica de 04/04/2020 a Anvisa ratifica o posicionamento das sociedades cientificas – SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana) e SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida) – e orienta o adiamento de qualquer tratamento de Reprodução Humana Humana até que a situação no país, relativa a pandemia de Coronavírus, esteja controlada. Excetuam-se os casos oncológicos e outros em que o adiamento possa causar mais danos ao paciente.
Analisamos sugestões repetidas nas mídias sociais e em reportagens de jornais de que o COVID-19 poderiam prejudicar a fertilidade masculina. As preocupações surgiram em parte porque os testículos produzem a proteína que o novo coronavírus usa para entrar nas células (chamado ACE2). Então, teoricamente, os testículos poderiam ser afetados pelo vírus.
Há também evidências de que doenças e altas temperaturas causadas por algumas infecções, incluindo gripe, podem diminuir temporariamente a contagem de espermatozóides e aumentar a produção de espermatozóides anormais, mas esse efeito é de curta duração.
Um estudo realizado em 181 homens da China descobriu que homens com COVID-19 parecem ter alterações nos níveis de alguns de seus hormônios reprodutivos em comparação com homens sem o vírus, mas não encontraram diferença nos níveis de testosterona. Dois estudos da China não encontraram evidências do vírus no sêmen de homens que se recuperaram do COVID-19.
Até o momento, nenhum estudo analisou questões importantes, como contagem ou qualidade de espermatozóides, portanto não há evidências convincentes de que o COVID-19 tenha impacto na fertilidade dos homens.
A paciente poderá entrar em contato com a clínica de Reprodução Humana de sua preferência para obter mais informações porque há uma diversidade grande do modo como é feita por cada médico.
Existem regras a serem cumpridas, como o sigilo médico, a segurança das informações, as questões financeiras, as responsabilidades do ato médico.
Hoje boa parte das clínicas de reprodução humana estão organizadas para as consultas online. Com possibilidade de acesso ao prontuário eletrônico de qualquer local que o médico esteja.
A liberação das consultas online ocorreu por conta da recomendação do isolamento social, possibilitando que mesmo pacientes de locais distantes possam ter acesso a médicos de referência. Porém, a consulta presencial pode ser essencial em muitos casos.
Ficar em casa, fazer a consulta online, para que seu ginecologista lhe oriente o que fazer. De modo geral uma vida saudável, mesmo com isolamento social como boa alimentação, não engordar muito. Tomar sol para melhorar a vitamina D, tomar ácido fólico para quem já está pretendo engravidar.
Se a paciente descobrir que tem câncer ou que o adiamento do seu tratamento de infertilidade pode provocar danos, deverá ser atendida pelo médico, com orientações individualizadas.
Seguir rigidamente as orientações das autoridades para que possamos ficar livre o mais rapidamente possível desta pandemia pelo novo Coronavírus. E volta à normalidade para que os médicos possam atendê-la presencialmente e não somente online. Manter a calma, ficar em casa e acompanhar as notícias para ver quando as clínicas estarão funcionando normalmente.
Outras dúvidas sobre Coronavírus:
Referências
American Society for Reproductive Medicine. COVID-19 Resources for Patients. Available at: https://www.reproductivefacts.org/news-and-publications/covid-19-resources-for-patients/?_ga=2.85838297.1124890166.1587642257-1781960207.1587642257 (Accessed 23 April 2020)
British Fertility Society website. Available at: https://www.britishfertilitysociety.org.uk/ (Accessed 23 April 2020)
Human Fertilisation & Embryology Authority. Coronavirus (COVID-19) and fertility treatment. Publication date 16 April 2020. Available at: https://www.hfea.gov.uk/treatments/covid-19-and-fertility-treatment/ (Accessed 23 April 2020)
Sergerie M. Mieusset R. Croute F. High risk of temporary alteration of semen parameters after recent acute febrile illness. 2007; 88(4): p.970