Amor de Mãe – Vida real x ficção: entenda o que aconteceu com a personagem Camila na novela global
Na novela Amor de Mãe, a personagem Camila chegou ao hospital com um quadro grave de hemorragia. Mesmo depois do abortamento, o útero não parou de sangrar e precisou ser feita a retirada do útero.
O que aconteceu com a personagem?
Foi realizada uma histerectomia abdominal, um procedimento cirúrgico que remove o útero. Em alguns casos, uma histerectomia parcial remove apenas o útero, deixando o colo do útero intacto. Uma histerectomia total remove o útero e o colo do útero. Impossibilitando uma gravidez futura.
Câncer ginecológico – Nos casos de câncer ginecológico – como câncer de útero ou colo do útero – uma histerectomia pode ser a melhor opção de tratamento. Dependendo do câncer e de quão avançado ele é, outras opções podem incluir radiação ou quimioterapia.
Miomas – A histerectomia é a única solução permanente e certa para miomas – tumores uterinos benignos que frequentemente causam sangramento persistente, anemia, dor pélvica ou pressão da bexiga. Tratamentos não cirúrgicos de miomas são uma possibilidade, dependendo do nível de desconforto e tamanho do tumor. Muitas mulheres com miomas apresentam sintomas mínimos e não necessitam de tratamento.
Endometriose – Na endometriose, o tecido que reveste o interior do útero (endométrio) cresce fora do útero nos ovários, trompas de falópio ou outros órgãos pélvicos ou abdominais. Quando a medicação ou a cirurgia conservadora não melhora a endometriose, a paciente pode precisar de uma histerectomia junto com a remoção dos ovários e das trompas de falópio (salpingo-ooforectomia bilateral).
Prolapso uterino – A descida do útero para a vagina pode acontecer quando os ligamentos e tecidos de suporte enfraquecem. O prolapso uterino pode levar à incontinência urinária, pressão pélvica ou dificuldade nos movimentos intestinais. Uma histerectomia pode ser necessária para tratar essas condições.
Sangramento vaginal anormal – Se os períodos menstruais são pesados, irregulares ou prolongados a cada ciclo, uma histerectomia pode trazer alívio quando o sangramento não puder ser controlado por outros métodos.
Dor pélvica crônica – Ocasionalmente, a cirurgia é um último recurso necessário para mulheres que sofrem de dor pélvica crônica que surge claramente no útero. No entanto, uma histerectomia não proporciona alívio de muitas formas de dor pélvica, e uma histerectomia desnecessária pode criar novos problemas. Procure uma avaliação cuidadosa antes de prosseguir com essa cirurgia importante.
Abortos espontâneos – Como assinala a Secretaria para a Saúde da Mulher do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, é um recurso utilizado como última opção. Por ser uma cirurgia invasiva, a histerectomia será realizada apenas quando as alternativas prévias não deram os resultados esperados.
No caso da personagem, após o abortamento, o útero não parou de sangrar e foi necessária a retirada total.
Porém, existem outras opções para casais que desejam ter filhos, mesmo após a retirada do útero, como a barriga solidária. O útero é um órgão fundamental no processo de gestação. É em seu interior que o feto habita durante os nove meses durante os quais deixa de ser um embrião minúsculo e vira um bebê pronto para ver a luz do dia. Considerando o dito anteriormente, é de se pensar que não é possível ser mãe depois de uma histerectomia. No entanto, os avanços tecnológicos têm aberto novas portas para que isso ocorra. Desde que os ovários não sejam extraídos do corpo, os óvulos da paciente ainda podem ser utilizados para uma fecundação in vitro (FIV).
Chamar esse processo de barriga de aluguel no Brasil é inadequado. Das duas pessoas envolvidas na situação, uma não pode fazer qualquer tipo de cobrança e, a outra, não pode querer pagar nenhuma quantia como forma de agradecimento. Atualmente, o termo correto é barriga de substituição, mas o mais utilizado popularmente é barriga solidária.
As regras do CFM são as seguintes:
VII – SOBRE A GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (CESSÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO)
As clínicas, centros ou serviços de reprodução assistida podem usar técnicas de RA para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética, em união homoafetiva ou pessoa solteira.
1 – A cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau – mãe/filha; segundo grau – avó/irmã; terceiro grau – tia/sobrinha; quarto grau – prima). Demais casos estão sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.
2 – A cessão temporária do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial.
3 – Nas clínicas de reprodução assistida, os seguintes documentos e observações deverão constar no prontuário da paciente:
3.1. Termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelos pacientes e pela cedente temporária do útero, contemplando aspectos biopsicossociais e riscos envolvidos no ciclo gravídico-puerperal, bem como aspectos legais da filiação;
3.2. Relatório médico com o perfil psicológico, atestando adequação clínica e emocional de todos os envolvidos;
3.3. Termo de Compromisso entre o(s) paciente(s) e a cedente temporária do útero (que receberá o embrião em seu útero), estabelecendo claramente a questão da filiação da criança;
3.4. Compromisso, por parte do(s) paciente(s) contratante(s) de serviços de RA, de tratamento e acompanhamento médico, inclusive por equipes multidisciplinares, se necessário, à mãe que cederá temporariamente o útero, até o puerpério;
3.5. Compromisso do registro civil da criança pelos pacientes (pai, mãe ou pais genéticos), devendo esta documentação ser providenciada durante a gravidez;
3.6. Aprovação do cônjuge ou companheiro, apresentada por escrito, se a cedente temporária do útero for casada ou viver em união estável.